No ápice do desespero até as palavras somem...
O olhar perdido sobre a folha em branco, as
primeiras palavras sempre são as mais difíceis. Pego a caneta, penso no que
dizer, mas confesso: é complicado. Minha mente está assombrada por fantasmas, o
sono já não mais me procura à noite, os dias não mais transcorrem rapidamente.
Esses dias se arrastam, carregando consigo o terror deste inferno.
Enfim as
primeiras palavras começam a brotar nessa página, ideias confusas e
angustiantes que parecem pular em minha frente. Meu interior queima e me
destrói, não tenho mais armas para me defender. Levanto o olhar e a vejo
passar, ironia do destino? Talvez. Minha mente, agonizando, não esperava te ver
nesse dia, perdi a voz por um instante e entre palavras entrecortadas saiu um
oi, tímido e sufocado pelo temor. E o olhar? Ah, o olhar, esse não mente, não
engana...transparece a verdade. Hoje não foi um bom dia, se você soubesse o que
eu estou passando, talvez entendesse a minha inquietude e tivesse palavras para
me acalmar.
Não precisamos temer ao inferno, já estamos
no meio dele. Esse é o verdadeiro castigo para a essa humanidade deprimente.
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