Estilo cachorro e galinha, versão feminina.
Já estava cansada desses dias entediantes e dessas
pessoas hipócritas. Férias em casa ninguém merece. No coração do Rio Grande,
fui passar meu final de semana, na tentativa exaustiva de fugir da monotonia
destes dias tenebrosos.
Encontrei uma amiga no centro, comemos, bebemos e
conversamos. Percebi o interesse dela, mas não senti vontade de beijá-la,
parece que algo se quebrou na nossa história. O passado ainda me traz
recordações doloridas, não consigo mais vê-la como antes e sim apenas como uma
boa amiga.
A noite chegou e eu permaneci ali, a bebida já não
me fazia bem, então resolvi ficar observando o que acontecia a minha volta.
Conheci algumas meninas, todas lindas e simpáticas. Sorrisos, brincadeiras e
alegria...
Conheci uma morena – garota descolada, estilo
alternativo, camisa azul, boné virado e cheia de histórias para contar. Era uma
daquelas meninas que gostam de se gabar de como sabe pegar uma mulher e quantas
consegue conquistar. Estilo cachorro e galinha, versão feminina. Ela foi se
aproximando, jogando seu charme e mandando aquele papinho de conquista. Como
elas são previsíveis! Ah, menina. Você só vai conseguir meu beijo se eu quiser.
Depois de muita insistência, acabei por ceder e beijei-a. Ficamos um tempo
juntas, ela me convidou para irmos para um lugar mais sossegado. Eu sabia o que
ela queria, mas eu não estava afim e não aceitei a proposta.
Com o humor que eu
estava ninguém me levaria para a cama.
A amiga dela queria me levar para o Macondo, mas
recusei. Eu sei bem o que aconteceria se eu fosse, de ciúmes eu já estou cheia.
Fui para casa, dormir sozinha me pareceu ser a escolha certa.
Mulheres que se
acham as “pegadoras” comigo não tem vez. As coisas só acontecem se eu quiser e
quando eu quiser.
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