A purificação da Alma
O sol resolveu não aparecer, a chuva toma conta do
nosso dia. O turbilhão de água da noite passada se estendeu ao amanhecer. A
chuva sem cessar bate na janela e causa palpitações em meu peito, peito este
que arde em chamas neste dia frio. Nem mesmo o frio consegue derreter a chama
que queima. O trânsito está mais incontrolável do que de costume, sinaleiras
fechadas e o caos se instalando. O motorista furioso grita e esbraveja contra o
imprudente motorista que fura o sinal vermelho. Ao longe ouvimos o choro de uma
criança que sente falta da mãe e que seu sentimento ecoa no vazio da nossa
existência.
Pessoas desconhecidas se esbarrando nas ruas e fingindo um sorriso
por obrigação. Os compromissos não esperam o sol nascer, tive que sair em meio
a essa nefasta escuridão. Apressei-me em meus afazeres para logo retornar.
Andar em meio a chuva me causa um êxtase e me faz refletir sobre minha
existência. As gotas rolam sobre minha face, mas eu não me importo... a água
purifica o meu ser sujo. Enfim chego em casa, a roupa ensopada é deixada para atrás
assim como os calçados. Novamente estou em meu refúgio acolhedor, nada melhor
que um banho quente e o aroma do café fresquinho.
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