Doce 22: Os sentimentos transbordam

Sempre gostei de escrever, de colocar para fora tudo que estava sentindo, principalmente o que me machucava. Sim, infelizmente, “todo mundo quer me machucar”. As pessoas me julgavam pela minha escrita ser sombria e triste, mas é errado se sentir assim nesse mundo em que vivemos? Cada um reage de uma forma, eu escrevo coisas que talvez ninguém va ler, já você compõe músicas que entram em nossos corações e desnudam nossa alma. Suas palavras alegram e machucam o coração, doce garota. Chorei contigo em penhasco, por que afinal quem já não passou por isso? Me senti empoderada com a mulher do ano, pois somos poderosas, rainhas e donas da nossa vida. Percebi que posso, sim, ser melhor sozinha, que preciso me amar primeiro para amar alguém verdadeiramente. Aprendi que somos brabas e damos a cara à tapa para vencer essa sociedade machista que quer nos derrubar, mas que a braba também chora, também sente, ela também quer voltar para casa e não consegue se encaixar no lugar, por que, afinal, vivemos um conto dos dois mundos e, agora, eu te pergunto – Será que um dia nos encaixaremos em algum lugar? Me senti sexy e poderosa com os anos 2000 e fiquei em êxtase e viciada nesse famoso chá, mas, também, senti sua força ao falar de sexo sem tabu em uma sociedade que quer impor um lugar para as mulheres. E por falar em sexo, não posso esquecer de anaconda que com a sensualidade e as palavras picantes embalaram as festas do país inteiro, era comum ver milhares de pessoas indo ao chão performar e depois reclamar do joelho e ter que comprar joelheiras (você bem sabe). E o que posso dizer de café da manhã, mozão? Quem não iria querer essa maça? Um hino para as gays que tanto procuram representatividade nos artistas que amamos. Você veio para dizer que sim podemos gostar de mulher e que há beleza em todo tipo de amor, pois, afinal, vivemos no século 21, gostar de caras e de minas tá tudo certo e que é normal cair em tentação, pois, afinal, quem consegue resistir àquela maça proibida. Eu poderia continuar escrevendo por horas até a tinta da caneta secar ou as folhas acabarem, mas nenhuma palavra seria suficiente para expressar o quanto você é importante, o quanto você é necessária nesse mundo tão machucado. Você, com seu talento, sua bondade, seu carisma, sua humanidade trouxe sorrisos para rostos que não sabiam mais o que era felicidade. Trouxe o brilho nos olhos para aqueles que não viam mais sentido na existência. Todos temos nossas dores e nossas cicatrizes, o mundo é cruel para pessoas boas e apaixonadas. Não posso imaginar o quanto foi árduo o seu caminho, mas você não desistiu e isso já mostra a força e a luz que você tem. Quero que saiba o quanto é admirada e amada e te proíbo de pensar ao contrário. Não dê ouvidos para o povo, “não deixe te dizer o que deve fazer”, a boa menina é a que luta pelo o que quer e não abaixa a cabeça para pessoas hipócritas com pensamentos retrógrados de uma sociedade patriarcal. Tanta hipocrisia, também me cansa! Amor, continue compondo, cantando, dançando, sorrindo, fazendo amigos, se divertindo e sendo feliz, por que a sua felicidade é a nossa felicidade, minha garota. Eu tenho tanto orgulho de você, também sou gaúcha e venho de cidade pequena, levo comigo o mesmo amor pelo inter e a mesma turbulência no mapa astral com um signo de água (peixes) e o ascendente em fogo (áries). E, também, levo comigo um coração cheio de sonhos e te ver chegar tão longe me faz ver que os sonhos são possíveis se formos fortes o suficiente para não desistir. O Doce 22 foi bem mais que um álbum, ele nos permitiu te enxergar o mais intimo possível e, também, nos enxergar ao mesmo tempo. Ele é seu, mas também é nosso. Bem sabemos que de doce não foram nada os seus 22, se eu pudesse não deixaria mais ninguém te machucar, te daria um abraço bem apertado e diria que tudo vai ficar bem! Então, guria, voa, brilha e vença. A gauchinha de Tuparendi ainda vai ganhar o mundo, pois ele é seu de direito. Para finalizar essas linhas só poderia dizer: TE AMO.





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