Felicidade: Ela existe?
Os dias vão passando e as palavras continuam presas em minha garganta. Prefiro calar a dizer coisas que posso me arrepender. É tão estranho pensar que passamos a vida à procura da felicidade e nem ao menos sabemos como ela é ou onde encontrá-la. Será em um sonho realizado? Nos braços de um amor? Em um gesto de bondade? A felicidade pode estar nos olhos daquela criança que você deu atenção, pode estar naquela gargalhada que você deu em um fim de semana qualquer com os amigos, pode estar por trás daquele dez que você tirou naquela matéria difícil que não te deixava dormir. Afinal, onde ela está? Não sabemos e mesmo assim continuamos nessa busca implacável. Se perguntarem se sou feliz? Não saberei dizer queridos leitores (- posso os chamar assim?), pois um coração quebrado já não mais se ilude com os sentimentos que o mundo tem a oferecer. As vezes nas tardes chuvosas me permito a sentir, pego minha xícara de café preto e amargo e vejo a chuva bater na janela e a cada batida o meu coração acelera. Nesse momento, reflito sobre as escolhas certas e, também, as erradas e fico feliz por que só eu conheço as feridas que eu tenho. Só eu vi, só eu senti e, sim, eu me orgulho de ter conseguido sobreviver apesar de tudo e de todos, por que afinal já diria a loirinha em doce22 “todos querem me machucar” (Sonza, L. G. “O conto dos dois mundos”, 2021.), mas eu sobrevivi e nesse momento eu acho que fui feliz.
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